Multidão pede justiça no enterro de garoto morto por causa de celular pego em loja no interior de SP
08/06/2025
(Foto: Reprodução) Corpo de Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi achado com sinais de tortura no Rio Pardo, em Pontal. Polícia acredita que ele tenha sofrido retaliação do dono do telefone. Quatro estão presos. Enterro de Alex Gabriel Santos reúne multidão e tem pedidos por justiça em Pontal, SP
Uma multidão acompanhou o enterro de Alex Gabriel Santos na tarde deste domingo (8), em Pontal (SP). O corpo do adolescente, de 16 anos, foi encontrado no sábado (7) pelos bombeiros durante buscas no Rio Pardo.
Segundo a Polícia Civil, a principal suspeita é a de que Alex tenha sido morto em retaliação após pegar um celular em um depósito de bebidas vizinho à casa dele. Até o momento, a polícia descarta que o jovem tenha furtado ou roubado o aparelho.
Neste domingo, o corpo chegou a Pontal por volta das 14h, transportado do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara (SP). Não houve velório.
O caixão foi colocado no carro de uma funerária e seguiu em cortejo até a entrada do cemitério. Centenas de pessoas com roupas e balões brancos, em sinal de luto, acompanharam o trajeto e fizeram uma manifestação para pedir justiça.
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Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi morto em Pontal, SP
Arquivo pessoal
Os manifestantes querem que as investigações sejam aprofundadas e que os responsáveis pelo crime sejam punidos. Há indícios de que o garoto tenha sido torturado antes ser jogado no rio.
Até o momento, quatro homens foram presos temporariamente por determinação da Justiça. Os suspeitos são João Guilherme Moreira, de 27 anos, apontado como o dono do celular, Uanderson dos Santos Dias, de 19 anos, Alex Sander Benedito Ferreira, de 23 anos, e Jean Carlos Nadoly, de 28 anos.
As defesas deles não foram localizadas para comentar o assunto.
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Durante o enterro, moradores de Pontal e familiares do garoto também pediram a prisão de uma mulher que presenciou o crime. De acordo com os familiares, ela é a funcionária do depósito de bebidas que levou o dono do celular à casa da vítima.
Em nota, a defesa da mulher informou que ela não tinha como prever as agressões e o assassinato do adolescente e que está colaborando com a investigação.
Segundo a polícia, pelo menos por enquanto ela é tratada como testemunha.
Enterro de Alex Gabriel Santos, de 16 anos, reúne multidão em Pontal, SP
Josy Silva/EPTV
Desaparecimento e morte
Alex desapareceu de casa na madrugada de domingo (1) após pegar um celular em um depósito de bebidas. Segundo a irmã, o jovem não tinha um telefone e voltou feliz contando que tinha achado o aparelho.
Uma testemunha afirmou à polícia que viu quando Alex foi levado de casa à força em uma caminhonete com pelo menos três homens. Ele foi agredido logo ao atender à porta.
Segundo a mãe do rapaz, uma testemunha disse à polícia que o dono do celular voltou à loja na madrugada procurando o telefone, e a funcionária disse que sabia com quem estava. Ela levou o homem à casa do adolescente.
Com base nos depoimentos e em imagens de câmera de segurança, a polícia identificou a caminhonete e chegou aos suspeitos. Eles negaram o assassinato, mas confessaram as agressões contra o adolescente em um galpão, em Pontal.
Caminhonete usada para transportar Alex até o galpão onde foi agredido em Pontal, SP
Reprodução/Câmeras de segurança
O local e o veículo passaram por perícia, sendo que marcas de sangue foram encontradas na carroceria da caminhonete.
Na última quinta-feira (5), cães da Guarda Civil Municipal (GCM) identificaram o rastro de Alex às margens do Rio Pardo, o que ajudou a traçar um ponto para as buscas. Terra remexida com marcas de sangue e um par de tênis que seriam do garoto foram encontrados no trecho.
Novas informações levaram a polícia a ter certeza de que o adolescente estava morto.
A Justiça expediu quatro mandados de prisão temporária para os homens suspeitos de participação no crime. Eles foram presos na quinta-feira e na sexta-feira (6).
Na manhã de sábado (7), o Corpo de Bombeiros localizou o corpo do adolescente às margens do Rio Pardo, próximo a uma usina entre Pontal e o distrito de Cândia.
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