Ministério Público investiga convênio do RJ com Fundação São Francisco de Assis
A fundação, que administra o Fundo da Mata Atlântica, é suspeita de irregularidades na gestão de centenas de milhões de reais. Ministério Público investiga convênio do RJ com Fundação São Francisco de Assis
O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu uma investigação para apurar se houve irregularidades no contrato firmado entre o governo do estado e a Fundação São Francisco de Assis. A fundação, que administra o Fundo da Mata Atlântica, é suspeita de irregularidades na gestão de centenas de milhões de reais.
Conforme revelado pelo RJ2 há duas semanas, a Fundação São Francisco de Assis, antes de assinar o convênio, administrava apenas um canil fechado. As suspeitas de ilegalidade abrangem desde o processo de seleção até a gestão dos recursos milionários.
O promotor Alberto Flores Camargo destacou que a fundação passou de praticamente desativada a uma entidade economicamente pujante, administrando grandes quantias de dinheiro. "Há muitas ordens de problemas detectados que merecem explicação", afirmou o promotor.
Para conseguir o contrato com o estado, a fundação apresentou um documento que alegava experiência em consultoria ambiental no processo de concessão do Campo Olímpico de Golfe, entre 2014 e 2021. No entanto, até meados de 2021, a fundação era apenas um canil fechado, segundo o próprio ex-presidente.
O atestado do suposto trabalho no Campo Olímpico de Golfe foi assinado por Carlos Favoreto, que posteriormente se tornou presidente do conselho deliberativo da fundação. O promotor Camargo ressaltou que a questão do conflito de interesses também será analisada pelo Ministério Público.
Além da investigação do Ministério Público, a Secretaria do Meio Ambiente e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico também estão apurando a contratação da fundação. A suspeita é que houve plágio em um estudo que custou quase R$ 15 milhões, mas que teria sido um "copia e cola" de sites e documentos facilmente encontrados na internet.
O que dizem os citados
A Fundação São Francisco de Assis disse que é a maior interessada na apuração dos fatos. A entidade reafirma a legalidade dos atestados e se coloca a disposição do Ministério Público.
O governo do estado diz que abriu dois procedimentos administrativos para apurar possíveis irregularidades na documentação apresentada pela Fundação São Francisco de Assis.FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/04/29/ministerio-publico-investiga-convenio-do-rj-com-fundacao-sao-francisco-de-assis.ghtml